Em
geral, a epistemologia discute o conhecimento proposicional ou o "saber
que". Esse tipo de conhecimento difere do "saber como" e do
"conhecimento por familiaridade". Por exemplo: sabe-se que 2
+ 2 = 4 e que Napoleão foi derrotado na batalha de Waterloo; e
essas formas de conhecimento diferem de saber como andar de
bicicleta ou como tocar piano, e também diferem de conhecer
uma determinada pessoa ou estar "familiarizado" com ela. Alguns
filósofos consideram que há uma diferença considerável e importante entre
"saber que", "saber como" e "familiaridade" e que
o principal interesse da filosofia recai sobre a primeira forma de saber.
Em determinado pensamento distingue-se o "conhecimento por
descrição" (uma das formas de saber que) do "conhecimento por
familiaridade". Dedica-se atenção especial à distinção entre "saber
que" e "saber como". Argumentando a favor da relevância
epistemológica do saber como e do saber que.
Usamos o exemplo do equilíbrio envolvido no ato de andar de bicicleta, ele
sugere que o conhecimento teórico da física na manutenção do estado de
equilíbrio não pode substituir o conhecimento prático sobre como andar de
bicicleta. É importante saber como essas duas formas de conhecimento são
estabelecidas e fundamentadas. Essa posição argumenta que, se não consideramos
a diferença entre saber que e saber como, somos
inevitavelmente conduzidos a um regresso ao infinito.
Mais recentemente, alguns epistemólogos (Ernest Sosa, John Greco,
Jonathan Kvanvig, Linda Trinkaus Zagzebski) argumentaram que a epistemologia
deveria avaliar as propriedades das pessoas (isto é, suas virtudes
intelectuais) e não somente as propriedades das proposições ou das atitudes
proposicionais da mente. Uma das razões é que as formas superiores de
processamento cognitivo (como, por exemplo, o entendimento) envolveriam
características que não podem ser avaliadas por uma abordagem do conhecimento
que se restrinja apenas às questões clássicas da crença, verdade e
justificação.
Próxima
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