quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Empirismo Inglês



John Locke (1632-1704)
O empirismo é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a qual chamou de Tabula Rasa. Esta corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco. O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros.
            Entende-se por empírico aquilo que pode ter sua veracidade ou falsidade verificada por meio dos resultados de experiências e observações. Teorias não bastam, somente através da experiência, de fatos ocorridos observados, um conhecimento é considerado pelo empirista.
            A percepção do Mundo externo e a abstração da realidade realizada na mente humana são o que faz o homem adquirir sabedoria, segundo o empirismo. Embora tenha se baseado no cartesianismo de René Descartes, ao contrário deste, Locke não aceita a existência de ideias inatas resultantes da capacidade de pensar da razão.
Segundo a teoria de Locke (com a qual concordavam os demais empiristas), a razão, tem a função de organizar os dados empíricos, apenas unir uns dados aos outros, que lhe chegam através da experiência. Segundo Locke, “nada pode existir na mente que não tenha passado antes pelos sentidos”, ou seja, as ideias surgem da experiência externa (via sensação), ou interna (via reflexão), e podem ser classificadas em simples (como a ideia de largura, que vêm da visão) ou compostas (a ideia de doença, resultado de uma associação de ideias).
Nesse sentido, qualquer afirmação de cunho metafísico era rejeitada no Empirismo, pois para essas afirmações não há experimentação, testes ou controles possíveis.

            
O empirista Francis Bacon (1561-1626) realça a significação histórica da Ciência e do papel que ela poderia desempenhar na vida da humanidade. Seu lema “saber é poder”, mostra como ele procura bem no espirito da nova ciência, não um saber contemplativo e desinteressado, que não tenha um fim em si, mas um saber instrumental, que possibilite a dominação da natureza. Começa o ideal prometeico da ciência.
Francis Bacon (1561-1626)
Na sua obra Novo Órgão, no sentido de instrumento de pensamento, Francis Bacon critica a lógica Aristotélica, opondo ao ideal dedutivista e eficiência da indução como método de descoberta e começa seu trabalho pela denuncia dos preconceitos e noções falsas que dificultam a apreensão da realidade, aos quais chama de ídolos.

David Hume (1711-1776)















Outro importante teórico empirista foi o escocês David Hume (1711-1776), que contribuiu com a epistemologia ao discutir o princípio da causalidade. Ele nega a validade universal do principio de causalidade e da noção de necessidade a ele associada. O que observamos é a sucessão de fatos ou a sequencia de eventos, e não o nexo casual entre esses mesmos atos e eventos. É o hábito criado, é a observação de casos semelhantes. Que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que a experiência pode alcançar. A partir desses casos, imaginamos que o fato atualize comportará de forma análoga. A única base para as ideias ditas gerais, portanto, é a crença, que do ponto de vista do entendimento, faz uma extensão ilegítima do conceito.



Além de John Locke, Francis Bacon e David Hume, outros filósofos que são associados ao empirismo são: Aristóteles, Tomás de Aquino, Thomas Hobbes, George Berkeley e John Stuart Mill.
O empirismo causou uma grande revolução na ciência, pois graças à valorização das experiências e do conhecimento científico, o homem passou a buscar resultados práticos, buscando o domínio da natureza. A partir do empirismo surgiu a metodologia científica.

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